quarta-feira, 3 de setembro de 2008

GOSTO POR BANHO REFLETE PERSONALIDADE E INCOSCIENTE


É muito bom tomar um banho com muita espuma após um longo dia de trabalho e muitos compromissos. Eu aproveito a hora do banho para relaxar, fazer orações, cantar (tapem os ouvidos!), cuidar de mim. Pra relaxar e desacelerar o corpo antes de dormir nada melhor que um Bom Banho!


'Ritual' está relacionado com descanso e limpeza da mente. Evitar banho pode ser fuga da intimidade consigo mesmo.

Os cheiros têm função determinante na associação de lembranças de momentos, locais, pessoas ou situações para o ser humano. Pensando nisso, em uma perspectiva histórica, a jornalista Katherine Ashenburg, em seu livro "Passando a Limpo", trata das características da personalidade que podem ser reveladas pelo hábito de tomar banho.

Durante sua pesquisa, Katherine observou que na sensibilidade aos odores, a necessidade de limpeza pode estar associada a aspectos culturais e do inconsciente do indivíduo. De acordo com a jornalista, como em qualquer outro momento da história, a definição de limpo diz muito sobre o indivíduo.

Para o biólogo Ricardo Monezi, pesquisador do Instituto de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o banho extrapola o aspecto físico e pode representar, mesmo que inconscientemente, a limpeza da alma e da mente do ser humano. "É comum, depois de um dia longo de trabalho, associar o banho a um momento de relaxamento, de descanso e essa condição inicialmente biológica e inconsciente interfere no meio social", diz o biólogo.

De acordo com Monezi, o banho representa um dos momentos mais íntimos do ser humano consigo mesmo e com seu corpo e esse encontro nem sempre é agradável. "O banho é um cuidado consigo mesmo, um momento de preservação, e a falta de gosto pelo banho pode demonstrar, inconscientemente, um certo de medo de estar sozinho consigo. Pode ser uma fuga de si mesmo, uma fuga do seu próprio corpo, medo de se enxergar de maneira tão íntima", afirma.

Historicamente, o ato de tocar a si mesmo em um momento de intimidade era reprimido por muitas famílias. Para Monezi, além de doenças como a depressão, que causam o isolamento, esse herança cultural deixada de gerações anteriores pode tornar o momento do banho difícil para alguns.

Olfato apurado
Visto por um outro ângulo, o banho é entendido como uma forma de mascarar ou evidenciar odores. O uso de perfumes, por exemplo, pode representar insatisfação e uma forma de esconder características naturais. "Os cheiros podem ser também uma excelente ferramenta de sedução, mas o que as pessoas às vezes se esquecem é de que o cheiro natural do ser humano já é afrodisíaco", afirma.

De acordo com Katherine, em seu livro, os egípcios prezavam a limpeza, mas ambos os sexos cobriam os genitais com perfumes criados para aprofundar e exagerar o aroma natural desses órgãos. Grande parte das civilizações antigas reconhecia que nas circunstâncias adequadas, o característico mau cheiro do corpo humano podia ser um afrodisíaco poderoso.

A sensibilidade a cheiros pode dizer muito também sobre o comportamento de uma pessoa. Os odores podem atrair e influenciar inclusive as escolhas sexuais do ser humano, segundo o especialista. "É importante ressaltar que existe compatibilidade entre o visual de uma pessoa e seu odor. Estudos comprovam que a genética, além do cheiro, também pode influenciar na hora da escolha do parceiro, e isso considerando que o inconsciente atua o tempo todo no comportamento do ser humano", diz Monezi.

Para a evolução humana, ainda de acordo com Monezi, esse é um fator muito importante. "É a possibilidade de, através do cheiro, fazer uma escolha para, possivelmente, gerar uma nova vida. Uma terceira vida muito mais adaptada", diz o biólogo.


Fonte: G1 – Brasil /comportamento
28/08/08 - 07h36 - Atualizado em 28/08/08 - 07h36
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL738916-5598,00-GOSTO+POR+BANHO+REFLETE+PERSONALIDADE+E+INCONSCIENTE.html

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