quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PERIGO NO USO DE ESTIMULANTES


Dias de cansaço e esgotamento inevitavelmente farão parte da vida de todos os seres que habitam a Terra. Não há como evitar uma jornada prolongada por causa de um projeto importante no trabalho, o desgaste com uma semana de provas ou o estresse provocado em competições esportivas. Mas, se suas energias não são repostas com um repouso comum e o desgaste se torna prolongado, atenção antes de recorrer às substâncias consideradas estimulantes. Pó de guaraná, café, ginseng, vitaminas, bebidas isotônicas e até mesmo chás. A lista de produtos naturais que promete deixar o sono de lado é enorme e eficiente para ocasiões esporádicas.
"É válido recorrer a esses produtos para atenuar os estragos de uma noite mal dormida, por exemplo, mas isso não deve se tornar uma rotina", alerta o psiquiatra e médico ortomolecular Cyro Masci.
Segundo Cyro, ao ingerir a maioria desses "energéticos" ocorre um impulso de glicose no cérebro para estimular o seu funcionamento. No entanto, essa dose extra de açúcar requer uma carga a mais de insulina, ou seja, o pâncreas ficará sobrecarregado na sua função de produzir o hormônio e poderá falhar. Com insulina insuficiente no organismo, uma das conseqüências mais diretas é o surgimento da diabetes.
"A diabetes tipo 2 é uma doença clássica da civilização", afirma o psiquiatra. Até mesmo o endocrinologista João Cesar Soares, que se auto-intitula como "entusiasta do café", reconhece que o excesso de cafeína pode causar palpitações e taquicardia, além de interferir na qualidade do sono. Para evitar efeitos colaterais indesejados, o médico indica até quatro xícaras de café por dia.
"Na quantidade adequada, a cafeína não tem contra-indicação e pode ser ingerida diariamente. A única ressalva é feita para quem sofre com úlceras e gastrite", garante.
Mas para Cyro Masci não adianta ingerir esses suplementos - sendo naturais ou até mesmo remédios com compostos como as anfetaminas - se não for descoberta a causa de tanto cansaço. Afinal, mesmo que haja uma melhora significativa, é preciso, como diz a sabedoria popular, "cortar o mal pela raiz". "O cansaço pode ser decorrência de várias doenças como a anemia, hipotireoidismo e fibromialgia.
A desnutrição celular - por falta de algum tipo de vitamina, mineral ou aminoácido - também pode ser a causa do desânimo", afirma o médico ortomolecular.
No caso da desnutrição, a saída vem por meio da reeducação alimentar e, se for necessário, a reposição do nutriente que está em baixa no organismo por meio de suplementos.
Além de problemas orgânicos, não devem ser descartados os fatores psicológicos, como a depressão ou a síndrome de Burnout. Antes de partir para a automedicação, portanto, o mais sensato, se o cansaço for freqüente, é buscar orientação médica. "O clínico geral, por exemplo, poderá fazer exames clínicos e recomendar avaliações de laboratório para descobrir se a causa da fadiga é orgânica ou não. Só a partir daí, é possível direcionar os tratamentos em busca da solução", explica Cyro Masci.
Serviço:Cyro Masci - psiquiatra e médico ortomolecular
João César Castro Soares - endocrinologista e nutrólogo joaocesarcastro@yahoo.com.br

Fonte: Terra

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