quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

DEPRESSÃO PÓS-SEXO


Li essa matéria assinada por Richard A. Friedman, do “New York Times”, e achei interessante. Eu nem sabia que existia depressão pós-sexo (rsrsrsrs). Aqui eu publico apenas um trecho da matéria, mas vale a pena ler na íntegra, no site do G1...

Depressão pós-sexo: disfunção cerebral ou razões psicológicas?

Pouco se sabe sobre o que ocorre no cérebro durante o sexo. Em 2005, Gert Holstege, da Universidade de Groningen, na Holanda, usou a tomografia por emissão de pósitrons para mapear o cérebro de homens e mulheres durante orgasmos. Ele descobriu, entre outras alterações, uma aguda diminuição na atividade das amídalas cerebelosas, a região do cérebro envolvida no processamento de estímulos atemorizantes. Além de causar prazer, o sexo claramente reduz o medo e a ansiedade.
A antropóloga Helen E. Fisher, de Rutgers, usou imagens de ressonância magnética funcional para analisar mais amplamente os circuitos neurais do amor romântico. Ela mostrou a um grupo de jovens, onde todos estariam apaixonados, uma foto do ser amado ou de uma pessoa neutra. Os participantes mostraram uma demarcada ativação no circuito de recompensa de dopamina apenas em resposta ao ser amado, similar à resposta cerebral a outras recompensas, como dinheiro e comida.
Será que alguns pacientes possuem uma atividade de retorno particularmente forte na amídala cerebelosa após orgasmos, o que os faria sentir-se mal?
A literatura de pesquisa é praticamente silenciosa sobre a depressão induzida pelo sexo, mas uma busca no Google revelou diversos sites e salas de bate-papo para algo chamado de tristeza pós-coito. Quem diria? Ali, pude ler várias descrições quase idênticas às de meus pacientes, com relatos de diversos remédios para a enfermidade.

Sem solução clara
Quando os médicos realizam os tratamentos usuais sem nenhum resultado ou se veem, como no meu caso, em território desconhecido e com poucas evidências sobre o que fazer, eles podem considerar os tratamentos conhecidos como "de romance". Muitas vezes, você elabora tal tratamento com base em sua especulação sobre a biologia fundamental da síndrome. Isso pode envolver a utilização de medicamentos aprovados em situações para as quais eles raramente seriam prescritos.
Uma dica de um possível tratamento é que o Prozac e seus primos, os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), normalmente interferem em algum grau no funcionamento sexual. A serotonina faz bem para o humor, mas seu excesso no cérebro ou medula espinhal é decididamente ruim para o sexo.
Pensei que se eu pudesse, de alguma forma, modular a resposta sexual de meus pacientes, torná-la menos intensa, isso poderia embotar o estado emocional negativo posterior. Em outras palavras, eu exploraria os efeitos colaterais geralmente indesejáveis das ISRSs para possíveis efeitos terapêuticos.
Como pode lhe contar qualquer um que já tenha tomado esses remédios para depressão, pode levar algumas semanas para que se sintam melhor, mas os efeitos colaterais, como a disfunção sexual, muitas vezes são imediatos. Para os meus pacientes, isso acabou se tornando uma vantagem. Depois de apenas duas semanas com ISRS, ambos disseram que apesar do sexo estar sendo menos intensamente prazeroso, não se seguiu nenhuma queda emocional.
Agora, há pelo menos três razões possíveis para meus pacientes se sentirem melhor: um, a droga funcionou; dois, ela teve um efeito placebo; ou três, houve uma flutuação aleatória nos sintomas – eles teriam melhorado mesmo sem nenhum tratamento. Sugeri parar o tratamento, recomeçando-o caso o problema retornasse. Nos dois casos, os sintomas voltaram e foram abatidos com o remédio – sugerindo, com base nesta amostragem reconhecidamente pequena, que o efeito do medicamento foi real.
Se esses pacientes me ensinaram algo, é que os problemas sexuais nem sempre indicam problemas psicológicos sombrios e profundos. A verdade é que o órgão sexual mais importante dos humanos é, na verdade, o cérebro. O sexo pode ser o mais físico dos atos, mas a depressão também pode ser física – e algumas vezes não significativa mais que uma peculiaridade da biologia.

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